quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Umbanda não é Candomblé


Segundo o dicionário Aurélio, “religião” é “o sistema solidário de crenças e práticas relativas e coisas sagradas que unem em uma mesma comunidade moral todos os que dela aderem”. É com base neste conceito que podemos considerar a Umbanda uma religião. Pode parecer que sua doutrina caracteriza-se de influências de costumes diversos vindos de outros povos e regiões, porém deve-se considerar uma religião eclética e essencialmente brasileira. Não representa, portanto, uma simples seita africana, como muitos acreditam. Devemos distinguí-la dos cultos afros, como o Candomblé (chamada Nação, no sul do Brasil) ou outras modalidades do norte do País (Catimbó, Mina, Xangô), ou das Antilhas (Vodu), ou então de sua banda esquerda, a Quimbanda.

Esta última não é considerada religião, pois não tem base doutrinária do tipo cristã, muçulmana, judia ou oriental; gira apenas em torno da magia, trabalha com espíritos inferiores, dedicando-se exclusivamente em fazer o mal; seus trabalhos são cobrados e as reuniões para sua execução privadas, normalmente após a meia-noite. Citaremos algumas das características pelas quais a Umbanda diferencia-se do Candomblé:

Candomblé: ritual de nações africanas com uso de idiomas e costumes da tribo de origem. Uso de vestes coloridas obedecendo a cor de cada orixá; altar interno, conforme uso africano, sem imagens de santos católicos; sessões privadas, acessadas pelo público só em dias de festas; incorporação de orixás e não de guias e mentores espirituais pelos médiuns; preparação e desenvolvimento lento e secreto a cada discípulo ou filho-de-santo; complexa hierarquia administrativa e espiritual; e existência da “Lei da Salva”, ou seja, pagamento por trabalho e jogo de búzios.

Umbanda: ritual variado de terreiro para terreiro, com uso de idiomas e costumes brasileiros. Utilização predominante de vestes brancas; altar (Congá) externo, com presença de imagens de santos católicos, caboclos, Pretos-Velhos e sereias; sessões franqueadas ao público com finalidade de cura e auxílio material e espiritual; organização com simples hierarquia material e espiritual; médiuns incorporam todas as categorias de entidades espirituais; desenvolvimento de todos os médiuns integrantes; proibida qualquer cobrança por parte dos médiuns, sob a lei fundamental de que a mediunidade é dada de graça e gratuitamente deve ser utilizada. Não se torna fácil isolar crença primitiva pura da mente humana conturbada. Tudo é energia e é essencial passar por tal evolução. Acima de tudo, a Umbanda é cristã e necessária para o Astral Superior tirar o homem das hostes inferiores. Depois destes esclarecimentos aqui deixados espero que o leitor não diga mais que Umbanda é ramificação do Candomblé ou coisa do tipo...



(RODRIGO QUEIRÓZ / Site: http://www.jornaldeumbandasagrada.com.br)

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