
Há muita discussão em torno das origens e da posse dos Orixás.
De quem é o poder sobre os Orixás.
Eles são divindades do Candomblé ou da Umbanda?
Muito se houve por ai sobre o que são e de onde provém os Orixás.
Quem nunca ouviu, dentro dos terreiros de Umbanda, algum filho que mesmo tendo optado pela iniciação na Umbanda, a seguinte frase:
- Meus Orixás são de nação!
O que seriam Orixás de nação?
Para respondermos a essa pergunta precisamos saber o que quer dizer ou o que representa a palavra Orixá.
Pesquisando um pouco sobre o assunto, apesar das diversas discussões sobre a origem e do que são feitos, poderemos notar aspectos básicos sobre estas divindades que não podem deixar de ser respeitadas em hipótese alguma.
1º - São de Origem Africana.
2º - Apesar de sincretizados não são santos católicos.
3º - Não possuem imagens, não pelo menos as dos santos católicos que os sincretizam.
4º - Não são anjos enviados por Deus para nos proteger.
5º - Não são vingativos.
6º - Em pesquisas foram encontrados mais de 400, apesar de no Brasil cultuar-se, normalmente, cerca de 20 apenas.
7º - Todos são de alguma nação, pois é assim que se passaram a designar-se as etnias ou povos africanos quando vieram para o Brasil, os quais louvavam e cultuavam suas divindades dentro de suas características particulares. Aqui se denominaram Keto, Angola, Jeje, etc...
8º - São considerados forças míticas criadas por Olorum, ancestrais divinos dos homens, ou pelo menos divinizados, isso quer dizer que opõem-se diametralmente ao conceito de Egum, os quais são seres espirituais, ou seja, tiveram vida humana.
Os Orixás, apesar de apresentarem lendas de suas vidas humanas, não são considerados como tais, se fossem seriam Eguns e isso decididamente não passa pela cabeça de nenhum iniciado no culto a eles. Consideram que mesmo sobre os que se contam lendas humanas, não passaram pelo processo de desencarne natural, ou seja não morreram. Por algum motivo extremamente forte, sentimentos, sofrimentos, lutas, transformaram-se em Orixás, como num encantamento.
Orixás são considerados forças da natureza e não homens!
Vejamos então:
Será que na Umbanda não há Orixá?
É óbvio que há!
Orixá de uma maneira genérica é considerado como nosso pai espiritual, um verdadeiro ancestral divino. De acordo com o sentimento do culto, todos os homens tem um Ori (cabeça) e sobre ele rege um Orixá principal, sendo assim, mesmo que a pessoa seja Católica, Evangélica, Budista ou de qualquer outra religião, terá um Orixá pessoal.
A maneira pela qual eles são cultuados é que dá o tom da Umbanda ou Candomblé!
O sincretismo ajuda muito nesta confusão. Muitos acabam afirmando serem filhos de São Jorge ou de Santa Bárbara pelo sincretismo com Ogum e Iansã.
Se em cada esquina tiver um centro de umbanda, e formos perguntar como funciona, vamos verificar que cada um funciona de acordo com a cabeça do dono da casa, e não de acordo com o que dita as regras gerais do que deva ser um centro de umbanda.
O candomblé é uma religião iniciática, que apesar de bem deturpada, tem seus fundamentos nas religiões tribais africanas (milenares) trazidas pelos escravos para o Brasil. E com eles vieram os orixás africanos, todos negros, sem mistura de credo, pois não conheciam as religiões católica e espírita nem de longe (os escravos).
A umbanda foi criada por volta de 1900, não se sabe exatamente a data, no Rio de Janeiro, onde o primeiro babá de terreiro criou as regras, ou foram ditas por seus guias, assim foi criada a umbanda, que hoje. A umbanda não é iniciática, portanto não tem feitura de orixá. As entidades que incorporam na umbanda não são orixás, são guias. Mesmo que continuemos a cultuar o sincretismo, principalmente na Umbanda que já nasceu sincrética, temos que saber que Oxalá é um Orixá Africano e que apesar de sincretizado com Jesus, não é o Cristo Nazareno.
No candomblé tem gente feita de santo que continua virando com guias de umbanda, isso não é novidade, é até muito freqüente de se ver. Assim como na Umbanda temos pessoas recebendo Orixas...
-O Candomblé fundamentado em seus cultos, faz como um nascimento daquele Orixá e ele passa a residir naquele Ori.
Caboclos nos candomblés bantus
Tradicionalmente sempre existiu a presença do caboclo, mas é um caboclo diferente do que incorpora na umbanda, não dá pra confundir são totalmente diferentes.
Em resumo, ao longo do processo de mudanças mais geral que orientou a constituição das religiões dos deuses africanos no Brasil, o culto aos orixás primeiro misturou-se ao culto dos santos católicos para ser brasileiro, forjando-se o sincretismo; depois apagou elementos negros para ser universal e se inserir na sociedade geral, gestando-se a umbanda; finalmente, retomou origens negras para transformar também o candomblé em religião para todos, iniciando um processo de africanização e dessincretização para alcançar sua autonomia em relação ao catolicismo. Nos tempos atuais, as mudanças pelas quais passam essas religiões são devidas, entre outros motivos, à necessidade da religião se expandir e se enfrentar de modo competitivo com as demais religiões. A maior parte dos atuais seguidores das religiões afro-brasileiras nasceu católica e adotou a religião que professa hoje em idade adulta. Não é diferente para evangélicos e membros de outros credos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário