A VERDADEIRA
ENCRUZILHADA DOS GUARDIÕES
Trecho extraído do
livro: “A Magia das Oferendas na Umbanda”
– autoria: Pai
Juruá
Oferenda: Objeto ou coisa qualquer que
se oferece: presente; dádiva – Diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente
para captar apenas vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações.
Despacho: Ato ou efeito de despachar
(dispensar os serviços de; mandar embora; despedir).
Muitos acreditam ser a
encruzilhada de Guardiões estas de rua ou de cemitério. Mas a verdadeira
“Encruza” está no campo astral e não no campo físico (pedimos aos leitores
estudarem o assunto: Linhas Ley; aí, encontrarão muitas respostas para a
questão “encruzilhada”).
Os Guardiões somente
realizam “despachos” em encruzilhadas de rua e de cemitério, desde que sejam
para fins específicos, quando à necessidade de manipular energias humanas que
se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os
pontos de força dos Guardiões.
Aquilo que rege o
Macrocosmo também rege o Microcosmo, pois existe apenas uma Lei que comanda os
mundos, adaptada conforme a forma de vida que esteja debaixo de sua ação e
reação. As leis que ordenam e coordenam os astros, a natureza e os elementos
são as mesmas leis que coordenam a biologia e a física do ser humano,
exatamente por ser este influenciado pelo meio e pelas regras matemáticas dos
astros e das potestades.
E a Lei que dá
formação e ajuste à matéria e que faculta, inclusive, o próprio modo de ser da
movimentação Cármica, a Lei Mater aplicada a movimentação dos elementos, é
sintetizada na Encruzilhada dos Guardiões, ou na Roda Cabalística da
Encruzilhada.
Sabemos que muitos
irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua
ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério
são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam
diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas “Portas
Cruzadas” e os trabalhos feitos nestes locais, tem aceite somente por entidades
que nada tem a ver com os verdadeiros Guardiões, ou são efetuados por
ordens dos Guardiões
de Lei, quando da manipulação energética necessária.
Nas encruzilhadas de
rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros
monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral (Zoantropia), devido a sua
própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e
seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na
sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados
quiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos,
matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias,
pois são loucos por
sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.
E são eles que recebem
nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais
mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória.
Estes seres se agregam
na aura dos infelizes que realizam tais práticas, como se realmente os
vampirizassem, fomentando-os a realizarem sempre tais oferendas sangrentas no
intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por
outros seres que são chamados de “larvas astrais”. Estas são formas pensamentos
viciadas, que possuem a forma de baratas ou de algo semelhante a lagostas,
polvos, lombrigas, etc. Tais coisas se agregam à vítima e funcionam como um sensor
que a liga ao quiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem
realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas fazendo com que a vítima
se sinta, na maior parte das vezes desanimada e sem força de vontade, só se
recuperando quando estão em qualquer prática viciosa.
Esses quiumbas são
combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda, que exercem verdadeiro
policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas
piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de
elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.
Na verdade, estes
quiumbas são igualmente nossos irmãos, estando apenas caídos na rota evolutiva,
desviados que foram por outros seres sumamente poderosos, embora
intencionalmente voltados para o mal; os magos negros.
Quando os Guardiões
aprisionam estes quiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral,
onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha
evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos
deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos
astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal
estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas o passe
reencarnatório.
Mas perguntará o
leitor: já não encarnam tantos assassinos, facínoras e corruptos? Como estes
conseguem o tal passe? E responderemos que estes se encontram nesta condição
por já estarem extremamente melhorados e que as coisas no submundo astral são
bem piores.
Determinados
assassinos que reencarnam (ou mais exatamente são como que “jogados” na roda da
encarnação para reajustar-se com seus afins. Só o mal corrige o mal) já foram e
vieram muitas e muitas vezes, sendo que o seu livre arbítrio se torna cada vez
menor enquanto não corrigirem as suas ações.
Para muitos o passe da
reencarnação é vedado e são estes – os mais perigosos – aprisionados em sua
consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário. Mas
este é um aspecto dos mais terríveis e perturbadores e que deixaremos de
citá-lo de forma mais aprofundada para não causar traumas ao inconsciente de
muitos...
É bom frisarmos que a
Umbanda não doutrina o maniqueísmo, ou a dicotomia BEM/MAL como se Deus fosse
um déspota que se deleitasse em ver seus filhos sofrendo num inferno eterno. A
única coisa eterna é o bem, o Amor Cósmico; sendo o mal uma distorção destas
realidades e um artifício utilizado pelo Criador, a fim de sabermos diferenciar
o bem do mal. O inferno está na consciência de cada um, sendo esta direcionada
e escalonada de acordo com as atitudes que se realizem durante as encarnações.
Pois a verdade é uma só: podemos enganar aos outros, mas jamais enganaremos a
nós mesmos, que somos testemunhas de nossos próprios atos, ninguém escapa do
passado e os erros são contados e pesados não somente pelos Tribunais Cármicos,
mas muito principalmente pela nossa própria consciência, pois quem já sentiu
dentro de si uma fagulha que seja da Verdade e do Amor das Almas, sabe o quanto
pesa as atitudes passadas e os atos infelizes realizados contra a natureza e os
semelhantes.
E o que acontece com
aqueles que não se questionam sobre seus atos?
Estes, quando seu
Carma se torna impraticável, repleto de ações negativas são direcionados a seus
afins, para determinados planetas menos evoluídos ou mais primitivos que o
nosso. Como? Se em nosso mundo que é uma casa abençoada necessitamos ainda
pagarmos para nos alimentar, (o que já é resultado de excessivas ganâncias do
passado...) embora não paguemos pela luz, ou pelo ar, existem mundos onde estas
coisas são pagas, pois que estes seres formaram tal condição negativa sobre si
que seus próprios atos os forçaram a construir uma sociedade afim a suas
experiências passadas.
Achamos importante,
para esclarecer os irmãos umbandistas, repetir que fazer entregas em
encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente
quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente
negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma,
seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral.
A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados.
Acreditamos – pois
temos certeza – de que o sangue atrai esta classe de espíritos do quais
falamos. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós
Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua
utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz
parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar, e
cada liturgia na sua religião.
Nós também cremos que
o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de
Realização quando no animal vivo. Matar um animal ou vários e entregá-los no
seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as
vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos espíritos elementares
que atuam nas matas e nas cachoeiras, espíritos estes que estão aprendendo e se
adaptando às realidades que os aguardam e são agredidos com estas vibrações
negativas.
A VERDADEIRA
ENCRUZILHADA:
Pois bem, os locais
corretos para se preceituar os Guardiões é simples:
1º) Identifique o
ponto de força da Natureza que o Guardião irá utilizar.
2º) Providencie os
materiais necessários para a oferenda, todos de energia positiva (nunca
utilizar carnes, sangue, ossos ou qualquer tipo de material de baixa
vibratória).
3º) Chegando ao ponto
de força da Natureza, firme uma vela na cor da vibratória do Orixá
correspondente; de joelhos, peça licença para o trabalho que irá realizar. Se
afaste dessa vela por 77 (setenta e sete passos); aí esta o ponto de força onde
os Guardiões do Orixá específico manipulam suas energias. Exemplo: O trabalho a
ser realizado necessitará a presença e a força do Guardião conhecido como –
Veludo. Esse Guardião vibra as forças da Mãe Oxum. Com isso, já definiremos que
teremos que realizar a nossa oferenda no ponto de força – Cachoeira. Lá
chegando, firme uma vela cor-de-rosa para a Mãe Oxum, e de joelhos faça suas
preces, pedindo o que necessita. Logo após, afaste-se 77 (setenta e sete)
passos para qualquer lado. Nesse exato local, vibrará a energia poderosa dos
Guardiões da Mãe Oxum. Assim o é para todos os Guardiões dos Orixás. Uma
campina, um riacho, onde elementos da natureza se cruzam, não precisa ser uma
encruzilhada do mundo físico, como ruas, cemit´rios.
Esta é a verdadeira
“encruzilhada” dos Guardiões, pois é situada na Natureza. A real encruzilhada
dos Guardiões não está no campo físico, mas sim no campo astral, na combinação
dos elementos naturais, que são os já conhecidos Ar – Fogo – Água – Terra –
Vegetal – Mineral – Animal – Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o
ciclo da vida, havendo os segredos invioláveis deste mistério que é conhecido
apenas pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério.
Esta encruzilhada, a
verdadeira Encruzilhada ou Roda Cabalística obedece aos pontos cardeais e as
entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a
transformação da vida.
Estas transformações
são possibilitadas pelas chamadas Linhas de Força, que são a consubstanciação
da Energia dos Orixás, pois cada um dos Poderes Reinantes do Divino Criador
(Orixás) é senhor de uma Energia:
• Pai Oxalá – senhor
da energia etérica.
• Mãe Yemanjá –
senhora da energia das águas salgadas
• Mãe Oxum – senhora
das energias das águas doces.
• Pai Oxumarê – senhor
das energias dos ciclos da vida
• Pai Ogum – senhor
das energias dos metais
• Mãe Yansã – senhora
das energias do ar
• Pai Xangô – senhor
das energias do minerais
• Mãe Obá – senhora
das energias das águas revoltas.
• Ibeji – senhor das
energias da espiritualidade
• Oxossi – senhor das
energias da fauna
• Ossain – senhora das
energias da flora
• Omulú/Obaluaiê –
senhor das energias da terra
• Nanã Buruquê –
senhora das energias das águas paradas
• Yewá – senhora das
energias das fontes
• Logunedé – senhor
das energias das beiras dos rios junto das matas
• Kitembo – senhor das
energias do tempo cronológico
• Exu – senhor das
energias magnética telúrica
• Pomba Gira – senhora
das energias do fogo
Estas Energias são
transformadas pelos Guardiões em Forças Elementais propriamente ditas, chamadas
de Forças Sutis e são coordenadas pelos Guardiões de Lei responsáveis pela
Coroa da Encruzilhada, que são os que estão assentados a trabalho das Irradiações
Divinas, Os Sagrados Orixás.
Lembramos que os
Guardiões nos dão nomes simbólicos, não sendo os seus verdadeiros, embora eles
tenham relação sonométrica com suas designações originais que são poderosos
mantras e por isso não devem ser revelados sem a devida oportunidade e a
qualquer pessoa. Mas mesmo estes nomes possuem a vibração correta dentro da
magia de som para que suas invocações sejam atendidas.
Declinamos nos nomes
simbólicos dos Maiorais, devido a grande confusão reinante quanto à denominação
de cada um. Cada escritor ou mesmo sacerdote umbandista, cria a sua hierarquia,
o que causa uma grande confusão entre os estudiosos. Por isso, vamos ligar os
Guardiões somente à linhagem de trabalho pertinente a cada Orixá.
Seja qual for o
Guardião pertencente à Linha Espiritual regida por qualquer Orixá, vai
responder, com os atributos e atribuições do Maioral que rege essa Linha de
trabalho.
Cada um dos Maiorais
se agrupam conforme as forças (Orixás) que manipulam. E estas forças (Orixás)
estão relacionadas aos pontos cardeais.
Esta é, então, a
Verdadeira Encruzilhada de Guardião, sendo que suas oferendas e preceitos devem
sempre seguir a orientação dos pontos cardeais, pois isto é importantíssimo na
magia de imantação e desagregação.
Novamente nos
explicaremos melhor, para orientar os menos atentos, pois sabemos que tal
assunto é novo para a maioria dos irmãos de fé sendo assim, não é fácil de ser
digerido.
A Encruzilhada de
Guardião é a síntese magística da Umbanda e da Quimbanda. É interessante
observar-se as entradas e saídas da encruzilhada, pois são elas as responsáveis
diretas pela manutenção da vida e pela limpeza astral do planeta. Sabendo
utilizar-se delas, é possível manter-se a saúde e a harmonia, além da paz
interior.
Diremos que basta
observar que o Norte e o Sul são entradas, o Leste e o Oeste são saídas. No
centro da roda está o chamado “centro indiferenciado”, que é de onde saem
energias positivas e para onde são levadas todas as energias negativas ou
estáticas de nosso planeta. Por isso, revelaremos apenas que se um indivíduo
quiser revitalizar-se quando realizar algum preceito que não utilize,
repetimos, NUNCA o elemento sangüíneo, deve-se voltar aos cardeais LESTE/OESTE
e para se descarregar deve-se voltar aos cardeais NORTE/SUL pedindo o Agô
(licença) e as forças necessárias aos senhores da Encruzilhada para imantar-se
ou descarregar-se, dentro da Lei e da Justiça.
A Magia não se divide
em negra ou branca, e também não existe magia da Umbanda, egípcia, cigana, etc.
A magia é planetária e responde a uma só lei. Ela está condicionada a vontade
ao saber e a moral do operador, pois os conceitos de bem ou de mal são
condições ligadas à inteligência do espírito de acordo com o grau evolutivo ou
com a abertura de seu consciencional, pois a Lei Cármica pode ser acionada de
acordo com os atos conscientes ou inconscientes de quem manipulam as forças
ocultas da matéria.
Isso é comprovado no
fato de que muitas vezes o desconhecimento da existência de um carma coletivo,
grupal e individual resulta na realização de atos que entram em choque com
estas três leis reguladoras. Exemplificando: pode-se achar que está se fazendo
um bem individual a uma pessoa, mas ao mesmo tempo pode-se prejudicar uma
coletividade, pois através da magia é possível evitar-se que algo aconteça a
alguém, mas e se esse alguém tiver em seu carma a suposta dívida que se desejou
sanar?
Nesse caso a balança
da Lei será pesada e contada, sendo que, cedo ou tarde, a Lei de Causa e Efeito
aliada a seus choques de retorno será acionada.
Texto também
encontrado na REVISTA UMBANDA- Editora Escala.
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