quinta-feira, 2 de junho de 2011

Kardecismo e Umbanda.


Tem sido muito grande a migração para a Umbanda de médiuns da linha tradicional do espiritismo codificado por Allan Kardec. Eu não estranho porque eu fui um deles, não nescessariamente nesta ordem mas como diriram muitos bato muita cabeça, e pelo meu estado evolutivo e sentimental ainda tenho muito a bater, sou ainda um perdido em minhas energias e conhecimentos. Os que praticavam o kardecismo e hoje estão dentro da Umbanda levam uma grande vantagem no entendimento da religião porque é o espiritismo que lida com entidades comuns, que nós na Umbanda chamamos Eguns, e nesta religião é que se estuda com mais clareza a manifestação dessas entidades em nosso mundo material. Acho um erro grave e que deve ter destaque para quem ensina a Umbanda é que essa gama de espíritos tem vários estados de entendimento espiritual.

Os obsessores não são quiumbas ou trevosos como entende a Umbanda. Um desencarne pode deixar até espíritos de algum conhecimento espiritual em estado de confusão e que muitas vezes até mesmo não sabem que desencarnaram e continuam vivendo sua vida comum o que traz aos familiares um grande mal estar. É difícil avaliar e até mesmo enumerar a quantidade de transtornos causados por esses espíritos aos encarnados. Não são espíritos perversos e não querem fazer o mal, mas o fazem por absoluta falta de entendimento. Com esses espíritos é que a linha kardecista está mais ligada. Ao contrário, a Umbanda lida mais com espíritos em avançado estado de energia negativa, e têm consciência do que estão fazendo. Isso sem contar com os espíritos trevosos, que são os que estão à serviço da maldade e fazem parte do lado escuro do mundo espiritual. São espertos e planejam a forma como vão fazer o mal.

Por isso os médiuns devem saber com que tipo estão lidando, para não incorrerem no erro de, ao invés de salvar uma entidade dando-lhe luz e esclarecimentos, tratá-los como espíritos inimigos. São situações delicadas e importante para uma pratica de uma Umbanda segura e generosa. Muitos estranham que recomendo aos iniciantes na Umbanda a lerem os livros espíritas linha kardecista, porque além dos fatos que relatei a mediunidade é mais estudada sob a luz cientifica. Chamo a atenção de todos para um detalhe muito importante: os médiuns da linha kardecista têm um conhecimento grande, mas limitado porque não conhecem a Umbanda. Os umbandistas que conhecerem a linha kardecista e também a Umbanda são muito mais preparados.

Os espíritos que desencarnam e continuam com seus vícios aproximam-se dos encarnados usando-os como médiuns. A lei do semelhante funciona muito bem nesses casos. Uma pessoa que é médium e desconhece essa sua capacidade, envolve-se com bebidas alcoólicas, drogas, e outras situações não condizentes com o equilíbrio e a moral, atraem espíritos semelhantes, e ambos vivem juntos marchando para o caminho da perdição e do pecado. Com uma diferença: o espírito sabe o que está fazendo e o médium não sabe que está sendo usado.

Umbanda e Kardecismo são diferentes?

É comum a controvérsia de uns e de outros, quanto a Umbanda ser um “aspecto” ou modalidade do chamado Espiritismo dito de Kardec. Estes estudiosos parece que não estudaram a “coisa” como ela é e se apresenta.

Batem-se no ponto de que no Umbandismo existe a manifestação dos espíritos e no Espiritismo, também!

Todos sabem que quem particularizou o termo espiritismo foi Allan Kardec, para traduzir por ele certos ensinamentos dos espíritos. A palavra espírito se perde na antiguidade, dentro dos livros religiosos de vários povos, inclusive nos Vedas, dos Brahmas, no Livro dos Mortos dos Egípcios, nas obras de Fo-HY, um dos mais antigos sábios da China, na Bíblia de Moysés, na Kabala dos Judeus, nos evangelhos ditos de Cristo, etc…

Mas, que se deve entender realmente por espiritismo? Segundo Kardec, é a doutrina dos espíritos. Como vêem, pelo exposto, revelar a doutrina ou as coisas do espírito não foi privilégio nem de uns ou de outros. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os espíritos ou seres do mundo invisível, etc..

Estas relações, esta doutrina, que também traduzem as Eternas verdades, são tão velhas quanto a própria humanidade, porquanto podem ser identificadas nestes ditos antigos e sagrados livros das mais velhas religiões do mundo. Kardec codificou, isto é , propagou, apenas parte destas antigas verdades – reveladas pelos espíritos de acordo com a época – expressões de uma Lei, imutável, que vêm sendo confirmadas e ampliadas dentro das nossas Linhas de Umbanda, por grandes instrutores, espíritos altamente evoluídos, que consideramos como Orixás intermediários e Guias, que têm como missão precípua reconstituir as partes restantes, ou seja….o todo….

O que ressalta então, claramente do exposto?
Que há uma certa identidade entre o Espiritismo e a Umbanda.

Esta identidade se verifica, quanto à Doutrina, à manifestação e comunicação dos espíritos, pelo fator mediúnico, bem como pela parte científica, filosófica e moral, etc…Mas, sobrepõe-se logo, numa comparação, o seguinte: a Lei de Umbanda NÃO É o Espiritismo, apenas. Este, com todo seu conteúdo, e que faz parte da Umbanda, isto é, se integra ou se absorve nela, faz parte dela!

Na Umbanda, além da parte filosófica, científica, doutrinária e dos fenômenos da mediunidade, pela manifestação, desta ou daquela forma, dos espíritos, formando estas coisas, os atributos principais e tacitamente reconhecidos como particularizando a Escola Kardecista, tema Umbanda ainda, bem definido, o aspecto propriamente dito de uma Religião, pela Liturgia, Ritual, Simbologia, Mitologia, Mística, bem como pela Magia, Astrologia esotérica e outras correlações de Forças NÃO PRATICADAS no denominado espiritismo,e portanto inexistentes neste!


DIFERENCAS DE MEDIUNIDADE

“Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista (espírita) e a mediunidade de Umbanda ?

Resposta : Sim. A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto é, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista (espírita) reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista (espírita), após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis.

É da tradição espírita kardecista (espírita) que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes.

Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas (espírita), os
espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista (espírita).

A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista (espírita), considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida.

Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecista (espírita)s. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja : banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra. Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.

Dai as descargas fluidicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.

Na corrente kardecista (espírita), isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características. Enato vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. “

No livro “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho” – W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da “mesa kardecista (espírita)” e a mediunidade de Umbanda

Eu li e recomendo sempre o Livro Tambores de Angola que foi psicografado por um espirito dentro da lei Kardecista.


Axé a todos!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails