quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Curimba, Atabaque e Toque


A Curimba no Ritual

A Curimba, ou melhor, o curimbeiro, é o segundo cargo religioso mais importante do templo, tendo como antecedente o cargo de Babalorixá. O termo "Curimba" define o grupo de pessoas que louvam na Umbanda e Candomblé, através do canto e percussão de atabaque e/ou tumbadora, os Orixás.

  • Termos:
    • Curimbeiro(a): quando dirigido à uma pessoa só, tem o significado de cantor(a) do ritual.
    • Ogan: é aquele que apenas percussiona. (ver ogan)

Na Umbanda o termo Ogan não é utilizado e é trocado pelo termo curimbeiro que, independente se toca e canta ou os faz separadamente, é denominado assim. Por quê? Porquê quando Zélio Fernandino de Morais fundou a Umbanda, não se usava o atabaque, eram usadas apenas as palmas e o canto. Dadas as circustâncias, com o crescimentoo de Templos de Umbanda, comumente haveria pessoas que se encarregariam apenas desta parte (de canto) e como já citado acima, tais pessoas são chamadas de curimbeiras. O atabaque só veio tempos depois com a influência de outros rituais candomblecistas, mas como o termo curimbeiro(a) já havia se fixado, o atabaque não forçou o termo à tornar-se curimbeiro-atabaqueiro.

Nas duas religiões citadas, o correto é ter apenas três atabaques para o ritual, conforme a tradição religiosa africana, mas como o número de pessoas interessadas no cargo têm aumentado, esta exigência foi ignorada. Temos hoje templos de Umbanda e Candomblé com até cinco atabaques! Não é errado, não aos olhos dos sacerdotes de hoje em dia.


Hierarquia da Curimba

A Curimba, assim como qualquer grupo, empresa, clã, nação e país, precisa de um líder, alguém que tenha responsabilidade, conhecimento da doutrina religiosa e da Curimba principalmente, alguém que saiba percussionar bem o atabaque, alguém que tenha conhecimento sobre música, alguém mais competente, alguém disciplinado.

Run - Rumpi - Lê, a ordem certa sendo da esquerda para a direita.

  • Responsabilidades:
    • Run: é o primeiro atabaque, nele fica o chefe da Curimba - ou alabê. Este, por sua posição lidera todos os outros curimbeiros que se seguem. O alábê "puxa" os cânticos e geralmente, inicia o toque.
    • Rumpi: é o segundo atabaque. Nele fica o segundo curimbeiro que, pela posição ocupada, auxilia o alábê cantando, tocando, até "puxando" os cânticos (chamados de ponto cantado, ou apenas ponto - diferente do ponto riscado) também.
    • Lê: é o terceiro atabaque. Nele fica o terceiro curimbeiro que, pela posição ocupada, apenas realça o toque eacompanha o canto. É o menor cargo dentro da Curimba.
    • Outros: os atabaques que se seguem depois do Lê, ainda não contém denominação, mas podem também ser chamados de Lê pois tem a mesma função do terceiro cargo.

Na Umbanda, não se faz muito esta diferenciação. Funciona assim:

  • Responsabilidades
    • Run: chefia a Curimba da mesma forma como já citado acima
    • Rumpi: auxilia "puxando" e cantando os pontos, pode iniciar o toque.
    • Lê: não apenas o terceiro atabaque, como todos os que se seguem, podem "puxar" os pontos e iniciar os toques também. Nestes ultimos atabaques, geralmente são colocadas pessoas amadoras com relação à canto, percussão e doutrina umbandista.


A Influência das Ondas Sonoras no Médium e Ambiente

A Curimba tem como função: louvar o Orixá, "defender" a gira com uma série de pontos corretamente selecionados, purificar e energizar o ambiente e por último e não menos importante: auxiliar o médium na incorporação.


Auxílio de Incorporação

Os médiuns, tem o cargo de incorporar entidades de luz, para o auxílio do alheio necessitado. Mas às vezes, isto nem sempre é fácil. Dependendo do ambiente, de sua cor, de seu tamanho, do tanto de pessoas que há nele entre tantas outras circunstâncias, o ato de incorporar nem sempre é bem sucedido.

Esta aqui mais um cargo dos curimbeiros: auxiliar os médiuns a incorporar. Como isto é feito?

As ondas sonoras afetam a rotação de chakras como coronário, frontal e base com fim de mexer com a energia espiritual da pessoa, com o fim de melhorá-la. O canto e o toque também ajudam os médiuns a concentrarem-se apenas no mesmo. sta é a forma de auxílio de incorporação.


Toques de Umbanda e Candomblé

A Umbanda e Candomblé tem uma variedade de toques para a louvação e todas outras necessidades, as conhecidas são as que se seguem:

  • Base
  • Nagô
  • Ijexá
  • Samba de Caboclo
  • Samba de Angola
  • Samba de Côco
  • Cabula
  • Congo
  • Congo de Ouro
  • Barra Vento

Um comentário:

  1. Na Umbanda praticada até hoje (2013) na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade - TENSP, fundada por Zelio de Moraes em 1908, sob ordens do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a curimba é apenas cantada, nem palmas são, ou melhor, nunca foram usadas. O motivo é simples: eram as ordens do Chefe (como até hoje nos referimos ao Cabloco das Sete Encruzilhadas). E não por "medo da polícia" (dada a perseguição à Umbanda, que originalmente ocorria), como já tive oportunidade de ler, mas, nas palavras do próprio Chefe: "para evitar o animismo". Acreditamos na TENSP que este princípio continua válido...
    E assim seguimos, apenas cantando os pontos.
    Saudações a todos.

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