quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Iansã


Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica.

Senhora dos ventos, dos raios e das tempestades, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.

Nas lendas provenientes do Candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.

É a Iyabá de temperamento mais forte, dotada de uma força bélica que encontra correspondência, pelo lado masculino, em Ogum. Esse temperamento afirma-lhe a qualidade de guerreira e de líder, mas não de mãe, como Oxum ou Yemanjá, mesmo tendo tido nove filhos de Ogum.

Na liturgia da Umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.

Na Umbanda a guia de Iansã é de cor amarela e no Candomblé é vermelha.

No Candomblé também é chamada de Oyá.


  • Dia da semana: quarta-feira
  • Saudação: Eparrei

África

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Iemanjá, mas també é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Deus do Fogo. Assim como a Deusa Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns. O nome Iansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Iansã=A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer. Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue o Xangô o Deus das Tempestades pedindo a ele clemência.


Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.


Brasil

Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.

No candomblé a cor utilizada para representá-la é o marrom, ainda que seja mais identificada com a cor Rosa. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e origens. Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos vento e as águas, sendo mulher de Xangô, o senhor dos raios etempestades.

É saudada como "Iya mesan lorun", título referente a incumbência recebida como guia dos mortos. Iansã é associada a sensualidade, dos Orixás femininos é uma das mais guerreira e imponente.



Qualidade de Oya

  • Oya igbale
  • 1 Oyà Gbale Funán
  • 2 Oyà Gbale Fure
  • 3 Oyà Gbale Guere
  • 4 Oyà Gbale Toningbe
  • 5 Oyà Gbale Fakarebo
  • 6 Oyà Gbale De
  • 7 Oyà Gbale Min
  • 8 Oyà Gbale Lario
  • 9 Oyà Gbale Adagangbará
  • Oya Kala
  • Oya Akolasun
  • Oya Basun
  • Oya Pada
  • Oya Funan
  • Oya Sonan
  • Oya Jebe
  • Oya Tanan
  • Oya Nita
  • Oya Oníra
  • Oyà Biniká
  • Oyà Seno
  • Oyà Abomi
  • Oyà Gunán
  • Oyà Bagán
  • Oyà Kodun
  • Oya Maganbelle
  • Oyà Bagbure
  • Oyà Tope
  • Oyà Egunità
  • Oyà Sayò
  • Oyá LogunEré


Símbolos

  • Saudação: Epa - hei,Oia!
  • Dia: Quarta-feira.
  • Cores: Marrom, vermelho, rosa e branco.
  • Símbolos: irukerê, espada de cobre.
  • Proibições: Abóbora, arraia e carneiro.

Sete folhas mais usadas para Oya

  • Ewê inãn
  • Botujé
  • Ewê diji
  • Okpá orô
  • Ewê mensã
  • Tanaposó
  • Akoko


Arquétipo

Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.

Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.

Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã póximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.


Lenda

Acentos de Oya igbalecandomblé.

Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.

Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.

O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se assim mais poderosa e adorada.



Cultura afro-brasileira

Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé[1], além das festas nos terreiros, o carurude Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.

Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e cheia de personalidade. Quando viajava, seu pai a trancava na torre para que ela não arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.

No candomblé, ela é Iansã, divindade dos ventos, raios e tempestades. Segundo as lendas yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos trovões e da justiça.

O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbaraem Salvador, Bahia[2]

Quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia, Salvador, Bahia.

Em 4 de dezembro de 2008 Os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.

Um comentário:

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