terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TER FÉ É TER EVOLUÇÃO


Lembro que em minha adolescência combinava com alguns amigos que um dia iríamos rasgar nossos documentos e viveríamos como eremitas isolados das obrigações diárias e de cidadania. Dávamos muita risada e prosseguíamos nossas caminhadas de pequenos sonhadores. Com o tempo a vida foi formando um caminho diferente, mais retilíneo, mais contínuo e me trazendo o amadurecimento e a realidade de minha missão.

Digo algumas vezes aos meus filhos espirituais que um dia ainda viveremos como uma grande comunidade rural, junto aos animais, plantações, cachoeiras e muitas corredeiras, trabalhando em prol do próximo e da natureza, claro que não sei se neste planeta ou após o desencarne em minha realidade espiritual, imitando o filme ‘amor além da vida’.

Mas como ainda estou neste plano, por mais que eu não goste de determinados políticos (que na maioria das vezes não foram escolhidos por mim), de pagar impostos, de pegar filas e tantas outras coisas chatas do cotidiano, vivencio e procuro cumprir com todas as minhas obrigações.

Em contra partida observo vários médiuns e consulentes que me levam a seguinte conclusão: vários são aqueles que professam e mantêm uma fé inabalável conseguindo assim caminhar diante do sagrado, porém, essa fé está muito longe da evolução espiritual fundamental a qualquer ser humano.

Percebo que essas pessoas não professam com a inteligência e com a coerência, insistem nos mesmos erros por pura teimosia, acomodação ou mesmo ignorância.

O ser que caminha no sentido de sua evolução entende que precisa mudar seus vícios, hábitos e pensamentos egocêntricos para que, junto com sua fé, possa exercer o real sentido da evolução que é, dentro de minhas convicções, ser responsável pelos atos praticados e preocupado com o futuro da humanidade.

Digo isso pois observo pessoas que se negam a exercer sua cidadania, a obedecer as leis vigentes de estado de direito, a cumprir com suas obrigações sejam elas quais forem, que não dão o valor merecido às coisas da natureza e do cotidiano, deixando muitas vezes nas mãos dos Guias Espirituais como se eles pudessem mudar nossas ações, como se eles fossem nossos serviçais e como se não tivessem mais nada o que fazer.

Entendam, viver em comunidade, seja no Astral ou aqui neste plano terreno, seja com nossa família carnal ou espiritual seja em nossa casa, trabalho, escola ou terreiro, implica em cumprimento à leis e regras, implica em respeito às hierarquias e implica em responsabilidade. Sem elas a Ordem, comandada pelo Orixá mais cultuado da Umbanda, não seria um dos comportamentos mais ensinados pelos Guias.

Nos espelhemos em seus ensinamentos para que a evolução faça parte de nossas vidas terrenas e espirituais, e consequentemente possamos dar nossa contribuição à evolução da humanidade.

Por Pai Marco Caraccio

Jornal da Umbanda Carismática

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