quinta-feira, 26 de setembro de 2013

BARÁ ADGELU




Meu nome é Adgelu, tenho sete anos de idade e muitas histórias para contar, nasci no mês de Junho o dia e o ano não lembro, mas algumas pessoas comemoram meu aniversário no dia 13 do mesmo mês, na mesma data de um santo católico chamado Santo Antônio, muitas me idolatram como o menino no colo do santo.
Minha mãe é muito bonita, mas passo muito pouco tempo com ela, meu pai é meu melhor amigo, grande protetor, cuida em todos os meus passos.
Ele e minha mãe não são casados e poucas vezes puderam me ver os dois juntos.
Complicado, cresci ou pelo menos aprendi a me virar sozinho, conheço muitos lugares, muitas estradas andei, em muitos cruzeiros brinquei, mas adoro a areia da praia, faço castelos, desenhos, correr, me enterrar na areia e depois banho somente as pontas dos pés na água, por que o resto do corpo tenho medo.
Na praia me torno menino de recados, faço favores aos mais velhos que me adotaram como se fosse seus filhos de verdade, me tratam muito bem, e sempre dão algum tipo de doce para comer.
Na rua gosto de brincar de bolinhas de gude, bola, apostar corrida e carrinho de rolimã nas ladeiras.
Ganhei de meu pai uma corrente de aço, que nunca tirei do pescoço, é uma espécie de proteção para que ele sempre esteja perto de mim, na verdade isso me faz ser respeitado apesar de minha idade, em qualquer lugar que ando, por onde passo, ganho preferência em tudo, quando percebem que uso a corrente de meu pai fazem de tudo por mim,posso entrar e sair de qualquer lugar, e sempre sou servido primeiro na hora das refeições.
Por todo o lugar que passo faço amizades, tenho diversos amigos e sempre quando precisam me chamam, em troca sou muito bem tratado em qualquer lugar.
Meus amigos são velhos, meia idade, crianças, jovens, pescadores, caçadores, reis, rainhas, guerreiros, guerreiras, mulheres e outros mais espalhados por todos os lugares que existem.
Sou um garoto de rua, mas com identidade, de rua por natureza de praia por opção, conheço todos os caminhos que levam algum lugar, conheço quem mora e quem comanda esse lugar, nesses lugares sou muito bem tratado, por isso não sou órfão na verdade sou amado,querido e desejado,sei muitos truques aprendi com meu pai,sei da vida de muita gente, aprendi com meus amigos, sei de muitas histórias tristes contadas pelos velhos,sei todos os tipos de brincadeiras porque brinco com todas as crianças.
Adoro festas, adoro doces e guloseimas, gosto de milho, pipoca é muito fácil me conquistar, Sou criança!
Mas também sei agir como adulto, velho, jovem sei ser o que quiser, me disfarço, posso enganar para pregar peça nos outros.
Não sei se sou real, na mente de muitos sou apenas uma força da natureza,invocada,chamada para servir e ser servido, apareço nos sonhos, nas festas alegres, mas fujo quando tem confusão.
Tenho vários nomes, varias qualidades e sou idolatrado de diversas formas, sou simples e humilde e gosto de pessoas que também sejam o mesmo, adoro ajudar a quem precisa e me procuram em troca recebo brinquedos e guloseimas.
Chego sem que percebam, vou embora sem que me notem, danço, grito, faço gestos que remetem a um tempo que já não existe mais.
Minha origem é africana, sou cultuado na áfrica como uma qualidade de Exu criança, no Brasil tenho várias denominações uma delas é Orixá Bará Agelú, sou presente em muitos lados, em alguns jamais poderei responder pelo Ori de uma pessoa(cabeça) em outros sou pai de Ori(cabeça).
É sou grande perante aos outros, pequeno diante de tantos, mas tão importante quanto meu grande mestre e criador Oxalá.
Minha história é contada de várias formas em diversos contextos misturada a outros orixás que admiro e hoje andam comigo e me guardam.
No Batuque cultuado no Rio grande do Sul sou cultuado como Orixá Criança, respondendo junto com o povo de praia, sendo eles, Oxalá, Iemanjá e Oxum.
Ao mesmo tempo sou cruzeiro, junto com: Bará Lodê, Bará Adague, Bará Lanã, Ogum Avagã, Ogum Megê, Ogum Onira, Ogum Adiolá e Iansã Timboá, Amadê, Oyá e Obá.
Também existem outros orixás não citados que podem responder em cruzeiros, sendo eles específicos ou não.
O mais incrível em ser considerado um orixá, é poder observar como as pessoas são tão diferentes uma das outras, mas sempre acabam fazendo tudo muito igual, tenho muitas histórias para contar, e vai ser neste site de tempos em tempos que vou registrar minhas trajetórias na cultura africanista Brasileira. Aguardem!
Bará é o primeiro Orixá do panteon Africano é dinâmico e jovial. É o intermediário entre os homens e as divindades, considerado o mensageiro. Dono dos caminhos e das encruzilhadas simboliza o movimento, abre e fecha os caminhos. É um Orixá das questões relacionadas a dinheiro e trabalho. É ao Bará que pedimos abertura nos negócios financeiros, pedimos que levassem aos demais Orixás os nossos pedidos e agradecimentos, não teremos êxito sem antes pedirmos e ofertarmos algo ao Orixá Bará. Os Barás dividem-se em dois tipos os de dentro de casa, Bará Agelú, Lanã, Adague, considerados mais calmos em relação à Bará Lodê, o Bará da rua, o Bará Lodê é o guardião do templo e por isso deve ser cumprimentado por primeiro ao entrar num terreiro de batuque

Retirado do site: http://anderson-de-bara-agelu.webnode.com.br/products/bara-adgelu/

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